terça-feira, 25 de setembro de 2012

A CONSTRUÇÃO DO MODELO SOVIÉTICO






NICOLAU II




KERENSKY


















Revolução de fevereiro (março no Ocidente) de 1917 = Revolução Burguesa


Iniciou-se em Petrogrado (Sampetersburgo) com manifestações de esfomeados tendo o czar enviado tropas para os deter. Estas recusaram atacar a multidão (acção doutrinária dos revolucionários), não se repetindo o DOMINGO SANGRENTO DE 1905.

• Face à vitória dos manifestantes foi criado o Conselho dos Trabalhadores e Soldados — Soviete (assembleia popular de soldados, marinheiros, operários, camponeses, que tinha poderes políticos e económicos a nível local).

• A Duma aliou-se aos Sovietes.

O czar abdicou.

• Formou-se um governo provisório e burguês liderado por Lvov e por Kerensky.

• Instruiu-se um regime parlamentar e liberal que:

- Concedeu-se a liberdade de manifestação e associação

- Liberdade partidária.

-Liberdade de expressão

- Mas manteve a Rússia na guerra e não resolveu a situação social.

- O descontentamento espalhava-se por toda a Rússia fomentado pelos partidários da ideologia marxista.

A revolução de fevereiro consagrou os direitos burgueses, mas não respondeu à vontade das multidões:

* Sair da Guerra

* Distribuir a terra pelos camponeses

* Acabar com a fome.

Ficava aberto o caminho para que os bolcheviques - marxistas - liderados por Lenine, voltassem a pegar em armas para derrubar o governo liberal.

A CONSTRUÇÃO DO MODELO SOVIÉTICO






Soldados russos na 1ª Guerra Mundial







A REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO DE 1917 - A REVOLUÇÃO DA BURGUESA


Os motivos/causas que estiveram na base da Revolução de fevereiro:

- Autoritarismo do regime czarista

- Servidão “feudal” – camponeses, maioria da população russa, viam na miséria

- Dificuldades acrescidas pela participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial (por exemplo, as derrotas face à Alemanha, elevado número de mortes, requisição de bens alimentares para sustentar o exército, deixando na fome e miséria o povo russo, destruição dos meios de transporte)

- Miséria camponesa e operariado

- A população era constituída por camponeses na maioria; eram servos dependentes dos grandes proprietários aristocratas (Os camponeses pediam TERRA para cultivarem)

- O operariado estava sujeito a condições de vida e de trabalho muito duras o que conduzia a reivindicações e greves frequentes. ( O proletariado pedia PÃO e PAZ)

- Fracassos militares – desmoralização ( o exército russo não tinha material de guerra apropriado nem suficiente - pediam PAZ, pediam a saída da guerra)

- Atraso económico
(Embora fosse a quinta potencia mundial, a sua industrialização era frágil, pois dependia sobretudo de capitais e técnicos estrangeiros);

-Insatisfação da burguesia e da nobreza liberal:
- Exigência de abertura política e de modernização do país.
- Desejo de reformas económicas e políticas.

A Burguesia liberal queria participar no governo, pôr fim ao regime autoritário de Nicolau II. Queria fazer e fez uma revolução burguesa em fevereiro de 1917.


A CONSTRUÇÃO DO MODELO SOVIÉTICO

















1.2. A implantação do marxismo-leninismo na Rússia: a construção do modelo soviético



Antecedentes da Revolução Soviética de 1917



• 1905: manifestações contra a fome e pelo aumento dos salários. Repressão violenta das manifestações (Domingo Sangrento).

• Na sequência dos protestos, o czar criou a Duma (Assembleia sem qualquer poder).

• A entrada da Rússia na Primeira Guerra ao lado da Tríplice Entente agravou a situação:

- Derrotas militares na frente de batalha.

- Aumento do custo de vida.

- Fome.

- Elevado número de mortos

- Deserções em massa da frente de combate em grande parte devido à propaganda contra a guerra feita pelo Partido Bolchevique.

- Violenta campanha contra o regime feita pelos moderados (liberais) e pelas forças revolucionárias (marxistas).
- Ambiente favorável à revolução: a burguesia pretendia um regime liberal e o proletariado pretendia uma revolução socialista.

- O czar, Nicolau II, não mostrava sinais de alteração na sua política autocrática.

- Exigia-se a saída da Rússia da guerra.

Exigia-se PÃO, PAZ E TERRA

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A DEPENDÊNCIA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS UNIDOS























O crescimento da produção americana, no pós-guerra, ficou a dever-se a dois fatores principais: um grande aumento da procura e a adoção de um novo sistema de organização do trabalho.

Os Estados Unidos da América reuniram fatores positivos como:

o abastecimento da Europa durante a guerra (matérias-primas, bens de consumo, concessão de empréstimos ...);

a entrada na guerra tardiamente e sem sentirem o efeito devastador no seu próprio território;

o desenvolvimento industrial, comercial e financeiro – apoiado num capitalismo liberal  liberdade individual: livre concorrência (liberalização dos preços e solários):
Fordismo.


CAUSAS DA DEPENDÊNCIA EUROPEIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA:


Défice financeiro e consequente endividamento:

- As despesas de guerra, as quais determinaram um aumento das importações (nomeadamente de armas, alimentos, matérias-primas e capitais)

- As indemnizações de Guerra que os países derrotados – Alemanha, Áustria, Hungria,) tiveram de pagar aos vencedores.

- O lento processo de reconstrução dos diversos sectores produtivos – indústria, agricultura e comércio – entretanto destruídos pela guerra.

- Transformação da indústria de guerra em indústria de paz.

- A reconstrução das cidades flageladas pela guerra.

- O recurso a avultados empréstimos junto dos EUA para relançar as infra-estruturas económicas.

Consequências do défice financeiro Europeu

- Grande vaga inflacionista (subida de preços), motivada pelo aumento das despesas e redução das receitas públicas, que conduziram ao agravamento dos défices orçamentais dos países europeus e, ainda, motivada também, pelo aumento da circulação da massa monetária que não era acompanhada pelo aumento da produtividade.(As imagens acima documentam a desvalorização do marco)

- Descontentamento social generalizado, sobretudo nos setores proletários e classes médias detentoras de rendimentos fixos – muito penalizadas pelo aumento sistemático do custo de vida e pela subida dos impostos

- Descrença nas capacidades da Democracia enquanto sistema político justo e eficaz.

ABRIA-SE O CAMINHO ÀS POLÍTICAS AUTORITÁRIAS E TOTALITÁRIAS ( 1922 regime fascista na Itália)


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CRISE ECONÓMICA NO PRIMEIRO PÓS GUERRA























- A difícil recuperação económica da Europa e a dependência em relação aos Estados Unidos.


A. Efeitos da 1ª guerra nos países beligerantes:

- Diminuição da população activa.
- Alteração da estrutura familiar e alteração na condição feminina.
- Destruição dos sectores produtivos e dos transportes - Zonas de Morte.
- Gasto das reservas de ouro para pagamento dos fornecimentos.
- Indústria de guerra.
- Elevadas dívidas externas.
- Desaparecimento do mundo eurocêntrico.

B. Recuperação gradual:
- França e Inglaterra - reparações de guerra pagas pela Alemanha.
- Ajuda financeira dos EUA e continuação dos abastecimentos.
- Estabilidade da moeda e o fim do estalão-ouro (convertibilidade).
- 1925 - Início da recuperação acentuada da Europa.

C. O Caso alemão
- Inflação.
- Tratado de Versalhes - Penalizador para a Alemanha
- República de Weimar sempre contestada (desemprego, falência económica, dívidas ao estrangeiro, pagamento das reparações de guerra, humilhação).
- Plano Dawes – ajuda americana à Alemanha.
- 1925 - Lenta recuperação.

D. Os EUA

- Não tiveram guerra no seu território.
- Durante a guerra grande desenvolvimento agrícola e industrial para mercados certos: Europa e América Latina.
- Terminada a guerra - liberalismo- progresso económico: produção em grande escala, investimentos financeiros na Europa, empréstimos à Europa, compra de matérias-primas e produtos alimentares na América Latina (monoprodução)
- Incentivo ao desenvolvimento do mercado interno (empréstimos bancários muito facilitados, pagamento a prestações...), consumo de massas, publicidade, criação de grandes armazéns, facilidades de pagamento.
- Mito do enriquecimento - jogo na Bolsa de Ações. Todo o americano quer ser acionista.
- Alargamento descontrolado dos campos agrícolas, hipoteca dos agricultores, aumento da produção agrícola, dívidas e baixa dos preços. Falência dos agricultores.

- Da prosperidade a parente à crise de 1929: uma crise de superprodução e de subconsumo, manifestações da crise?
- Mundialização da crise: Na Europa, nos países de monoprodução.

A SOCIEDADE DAS NAÇÕES













A criação da Sociedade das Nações foi baseada na proposta de paz conhecida como "Quatorze Pontos", feita pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson numa mensagem enviada ao Congresso dos EUA, em 8 de Janeiro de 1918. Os "Quatorze Pontos" propunham a paz e a reorganização das relações internacionais.

Em 1919, foi criada a Sociedade das Nações, em Genebra, na Suíça. Os países que assinaram este pacto comprometeram-se a:

- manter as relações internacionais abertas e francas;

- reduzir os armamentos;

- respeitar o direito internacional e os tratados;

- submeter à análise da Sociedade das Nações as questões que poderiam originar conflitos;

- boicotar economicamente o país que desencadeasse uma guerra.
Concluindo, o principal papel da SDN foi recuperar a confiança dos europeus na possibilidade de uma Europa próspera e pacífica.

Obstáculos a uma paz segura:

- os países derrotados foram excluídos dos tratados de paz e da SDN;

- alguns dos vencedores estavam insatisfeitos com os tratados de paz;

- as minorias nacionais sentiam-se desrespeitadas com o novo mapa político da Europa, conduzindo a ocupações territoriais;

- os EUA não integravam a SDN e não aprovaram o Tratado de Versalhes;

- os países vencedores em vez de procurarem soluções para a crise económica da Europa, privilegiaram a questão das reparações da guerra, obrigando os países derrotados a pagar indemnizações aos países vencedores.

GEOGRAFIA POLÍTICA DA EUROPA NO PRIMEIRO PÓS GUERRA








1- O novo mapa político

Justificações:

# Triunfo dos movimentos nacionalistas

#A Conferência de Paris – Os 14 pontos do Presidente Wilson

# Tratados de paz:
- Tratado de Brest – Litovsk (1918) referente à Rússia
- Versalhes (1919) referente à Alemanha
- Saint Germain – en Laye (1919) referente à Áustria

2- O novo mapa ideológico

# Triunfo da democracia (monarquias e repúblicas)

# Proliferação de Constituições segundo o modelo ocidental

# Alargamento do sufrágio universal
- Mulheres:
- URSS – 1918
- Itália – 1919
- Grã – Bretanha – 1928

# Um novo sistema político – comunista.

3- Problemas políticos

# Dificuldades no desenho das novas fronteiras
# Descontentamento das minorias étnicas dominadas por novos estados
# Separação da Prússia oriental da restante Alemanha
# Humilhação infringida pelos vencedores aos vencidos (Alemanha e Áustria)
# Não satisfação das expectativas de alguns países (Itália)
# A fraca agilidade dos sistemas democráticos representativos, na resposta a problemas concretos.
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

1. As transformações das primeiras décadas do século XX


1.1. Um novo equilíbrio global


- A geografia política após a Primeira Guerra Mundial. A
Sociedade das Nações.
- A difícil recuperação económica da Europa e a dependência
em relação aos Estados Unidos.









Efeitos da 1ª Guerra Mundial

TRANSFORMAÇÕES POLÍTICAS

- Fim de algumas monarquias
- Aumento das repúblicas
- Nova “Carta Política da Europa”:
Novas fronteiras, novos países
- Afirmação da democracia
- Desenvolvimento do direito internacional
- Sociedade das Nações (SDN)

TRANSFORMAÇÕES ECONÓMICAS

- Declínio económico da Europa
- Hegemonia económica dos EUA
- Desvalorização das moedas europeias
- Domínio do dólar
- Diminuição da produção económica europeia

TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE

- Desemprego e miséria
- Empobrecimento das classes médias
- Enriquecimento dos grandes capitalistas e especuladores
- Reconhecimento político do operariado
- Transformação da condição feminina

TRANSFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS

- 8,5 Milhões de mortos
- 20 Milhões de inválidos
- Envelhecimento da população
- Diminuição da população activa