segunda-feira, 8 de julho de 2019

EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 11 º Ano





A diversidade de comportamentos e os valores da sociedade de ordens











Na sociedade hierarquizada de Antigo Regime, todos os comportamentos estavam rigidamente estipulados para cada uma das ordens sociais. 

Assim, o estatuto jurídico, o vestuário, a alimentação, as profissões, as amizades, os gastos, os divertimentos, as formas de tratamento deviam refletir a pertença a cada uma das ordens: por exemplo, apenas o nobre usava a espada e apenas o membro do clero usava a tonsura (corte de cabelo que deixa uma coroa rapada no alto da cabeça e que representava a entrada na ordem clerical).

Esta preocupação em tornar visível a diferenciação social exprimia os principais valores defendidos na sociedade de ordens: 

  1. A defesa dos privilégios pelas ordens sociais mais elevadas
  2. A primazia do nascimento como critério de distinção
  3. A pouca mobilidade social.

EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 11 º Ano




Camponês, Antigo Regime

Burgueses holandeses

Camponeses

Povo ou Terceiro Estado

Ordem mais heterogénea, constituída:

  1. Pela elite burguesa (banqueiros, homens de letras, mercadores, boticários, joalheiros, chapeleiros)
  2. Média e baixa burguesia - os ofícios manuais (lavradores, artesãos) 
  3.  Trabalhadores assalariados
  4. Mendigos e vagabundos

Todos os elementos do povo pagavam impostos

A maioria (80%) dedicava-se à agricultura, como camponeses

EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 11 º Ano



Alta Nobreza
Nobreza de espada

Nobreza de Toga




A Nobreza ou o segundo estado

  • Próxima do rei e pedra angular do regime monárquico, é a ordem de maior prestígio
  • Dedicava-se à carreira de armas (era a velha nobreza, chamada nobreza de sangue ou nobreza de espada – desde sempre dedicada à carreira de armas, a espada é o seu símbolo e é-lhe permitido usá-la na presença do rei) ou a cargos públicos merecedores de um título de nobreza (era a burguesia enobrecida, chamada nobreza administrativa ou de toga)
  • Ocupava cargos mais elevados na administração e do exército
  • Gozava de um regime jurídico próprio (por exemplo, o nobre não podia ser açoitado nem enforcado)
  • Não pagava impostos ao rei (exceto em caso de guerra)
  • Detinha grandes propriedades
  • Fornecia os elementos que integravam o alto clero


EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 11 º Ano




Estratos sociais


Membro do Alto Clero


Clero ou primeiro estado:
  • Era considerado o estado mais digno porque era o mais próximo de Deus
  • Era composto por elementos de todos os grupos sociais, dividindo-se em alto clero (composto pelos filhos segundos das nobreza que se tornavam cardeais, arcebispos, bispos e abades desempenhavam cargos elevados na administração e no ensino) e baixo clero (párocos e frades oriundos da população rural responsável pelos serviços religiosos a nível local)
  • Era o único grupo cujo estatuto não se adquiria pelo nascimento
  • Usufruía privilégios:
a) estava isento de impostos à Coroa
b) não prestava de serviço militar
c) tinha leis próprias – o Direito Canónico
d) julgados em tribunais próprios
c) direito de asilo (direito de proteger quem quer que fosse acolhido na Igreja)
d) recebia os dízimos (o dízimo incidia sobre as colheitas - 1/10 era de imediato retirado para a Igreja

  • Era proprietário de grandes terras.

EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 11 º Ano



Módulo 4 – A EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII – SOCIEDADE, PODER E DINÂMICAS COLONIAIS


Caricatura da sociedade do Antigo Regime


Luxo real


2.1. Estratificação social e poder político nas sociedades de Antigo Regime
- A sociedade de ordens assente no privilégio e garantida pelo absolutismo régio de direito divino. Pluralidade de estratos sociais, de comportamentos e de valores. Os modelos estéticos de encenação do poder.
  • Antigo Regime (século XVI – finais do século XVIII): época da História europeia compreendida entre o Renascimento e as grandes revoluções liberais que corresponde à Idade Moderna. O Antigo Regime caracteriza-se por uma estrutura social hierarquizada (em ordens), politicamente, corresponde às monarquias absolutas e, economicamente, ao desenvolvimento do capitalismo (mercantilismo)

Uma sociedade de ordens assente no privilégio

A sociedade era constituída por ordens ou estados.
A ordem ou estado era uma categoria social definida pelo nascimento e pelas funções sociais que os indivíduos ordem desempenhavam.
Era uma sociedade fortemente hierarquizada, pelo que a mobilidade social (capacidade de um elemento de um grupo social transitar para outro grupo, superior ou inferior) era escassa.
As três ordens ou estados em que se dividia a sociedade de Antigo Regime:
Clero (ordem privilegiada)
Nobreza (ordem privilegiada)
Terceiro Estado ou Povo (ordem não privilegiada).

sábado, 29 de junho de 2019

EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 - 10º ANO




 Essenciais para responder ao ponto 4.2



D. Manuel I

Damião de Góis

Garcia de Horta

Auto de fé

Sé Nova, Coimbra

Sé Nova, Coimbra








O impacto da Reforma Católica na sociedade portuguesa
A posição geográfica da Península Ibérica explica, a quase ausência de movimentos religiosos reformistas protestantes
Existia uma grande comunidade judaica, bem enraizada na sociedade portuguesa.
No final do séc. XV, em Espanha, os Reis Católicos reativaram a Inquisição como forma de limitar a poderosa comunidade judaica. Estes foram perseguidos não só pelas suas diferenças religiosas, mas principalmente por razões económicas.
Os judeus foram então expulsos ou forçados a converter-se ao Cristianismo. Esta mesma medida faria parte do contrato de casamento de D. Manuel com a filha dos reis católicos espanhóis.

Em Portugal
Após a expulsão dos judeus de Espanha, muitos fixaram-se me Portugal, sendo aceites por D. João II.
Em 1496 D. Manuel I ordena a expulsão dos judeus que não se convertessem à fé católica. Para impedir a perda financeira que tal representaria, o rei ordena o batismo forçado dos judeus, que passam a ser conhecidos pela designação de cristãos-novos.
D. João III promove o desenvolvimento e a circulação de ideias, com a vinda de estrangeiros para o reino, a criação do Colégio das Artes e a transferência da Universidade para Coimbra.
Na segunda fase do seu reinado, manifesta-se um encerramento à cultura renascentista e ao humanismo cristão, considerado nefasto.
A Inquisição instala-se então em Portugal, por insistência do rei junto do papado, e viria a completar as ações que se levaram a cabo em nome da pureza da religião católica.
Os alvos preferenciais da Inquisição foram os judeus e os marranos, o que provocou o enfraquecimento da Burguesia e a sua substituição no comércio por nobres e cavaleiros-mercadores.
A presença da Inquisição em Portugal, embora solicitada desde cedo pelos reis, era desnecessária, pois os protestantes eram quase inexistentes e os judeus, ou já tinham sido expulsos ou tinham sido forçados à conversão (os que escolheram a conversão forçada passaram a ser designados por cristãos novos).
Para justificar a presença da Inquisição, iniciou-se uma grande perseguição contra os cristãos-novos acusados de judaísmo. Outros alvos foram os homens cultos, como Damião de Góis e todos os que eram acusados de bruxaria.
A Inquisição tornou-se também um meio usado para a centralização do poder régio, ao mesmo tempo que se exercia o controlo da ascensão social.
A chegada da Companhia de Jesus em 1540 permitiu o processo de missionação em terras portuguesas ultramarinas, bem como de domínio das mais importantes estruturas educacionais portuguesas.
Durante todo o século XVI verificou-se um domínio completo do país pela Inquisição e pela Companhia de Jesus.
Foram realizados milhares de autos-de-fé, cerimónia pública em que os condenados pela Inquisição ouviam as acusações e as penas a que seriam sujeitos.
Esta situação terminou, finalmente,com as medidas tomadas pelo Marquês de Pombal.
Em Portugal, as severas medidas da Contra Reforma foram assim responsáveis por um atraso cultural que se prolongou por muitas décadas.
A censura às obras escritas intensificou-se sendo cada vez mais frequentes e extensas listas de obras proibidas.
A presteza das autoridades portuguesas em cumprir as medidas repressivas de Roma levaram ao exílio de inúmeros intelectuais nacionais e grandes nomes do panorama económico, em especial judeus que se refugiaram na Holanda, onde refizeram a sua vida e o seu património.
Deve-se ainda aludir à arte, uma vez que o catolicismo da Contra Reforma se serviu do esplendor da arte barroca para atrair os fiéis à “luz da Verdade”, destacando-se em Portugal o Convento de Mafra e a igreja de Santa Engrácia.







EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 - 10º ANO



   Essenciais para responder ao ponto 4.2


Concílio de Trento

Auto de fé

Index

  
Queima de livros
4.2. Contra Reforma e Reforma Católica

Em face das contestações de que foi alvo, a Igreja Católica iniciou um movimento de renovação que ficou conhecido como a Contra-Reforma. O Papa Paulo III, um notável humanista e diplomata, reconheceu a necessidade de se avançar para uma renovação da Igreja. Assim,convocou o Concílio de Trento (1545-63), onde ficaram estabelecidas as bases da Reforma da Igreja Católica.
Apesar das dificuldades, o Concílio realizou uma obra notável:
Reafirmação do dogma e do culto tradicional: reafirmou a doutrina cristã face às teses protestantes, confirmando a importância da fé e das boas obras para a salvação humana; reconheceu a Bíblia e a tradição da Igreja como fontes da verdade e manteve os 7 sacramentos
A reforma disciplinar; o combate ideológico: restabeleceu a disciplina na Igreja, determinando a formação do Clero em seminários, manteve o celibato dos padres e obrigou os seus membros a residir nas dioceses e paróquias a seu cargo.
A Contra Reforma desenvolvendo-se instrumentos contra o protestantismo:
A Companhia de Jesus, oficializada pelo Papa em 1540. Os Jesuítas destacaram-se no ensino e na consolidação e expansão da fé cristã através da missionação.
O Índex catálogo dos livros proibidos (não podiam ser impressos, vendidos ou mesmo lidos sob pena de excomunhão ou morte).
A Inquisição instrumento repressivo que correspondia a um tribunal religioso, sujeito à vontade régia, que inquiria a vida daqueles que eram suspeitos de atos contra a fé católica.
A Inquisição era também apelidada de Tribunal do Santo Ofício.
Era um tribunal eclesiástico destinado a defender a fé católica, criado na Idade Média para lutar contra as heresias.
Vigiava, perseguia e condenava aqueles que fossem suspeitos de praticar outras religiões com vista a proteger a ortodoxia católica.
Utilizava a tortura e a condenação pelo fogo, pretendia salvar as almas dos erros e das heresias que levavam à condenação eterna.
- A Companhia de Jesus
Também conhecidos por Jesuítas, foi criada por São Inácio de Loyola
Rompeu com os moldes tradicionais da vida nos Mosteiros.
Tornou-se um símbolo da nova Igreja rejuvenescida e novamente pura.
Tornou-se um instrumento eficaz na resposta ao protestantismo, uma vez que :
Defendia o catolicismo
Promovia a sua difusão pelo mundo
Levava a cabo a missionação, pregação e ensino
Evangelizava os povos das terras recém descobertas





sexta-feira, 28 de junho de 2019

EXAME NACIONAL HISTÓRIA A - 2019 - 10º ANO



Essenciais para responder ao ponto 4.1
Henrique VIII


c)  Anglicanismo • Fundada pelo rei Henrique VIII (1491-1547) foi motivada pelo interesse do rei em anular o seu casamento com Catarina de Aragão e casar com Ana de Bolena.

• Com a recusa do Papa, Henrique VIII proclama o ato de supremacia (em 1534), que o afasta da obediência a Roma e o torna chefe supremo da igreja na Inglaterra, a igreja Anglicana.

• Henrique VIII dissolve os Mosteiros e confisca-lhes os bens.

A nova religião inglesa defende então:

- a justificação pela fé, mas não a predestinação absoluta;

- a autoridade da bíblia, os Sacramentos do Batismo e Eucaristia, mas nega o culto aos santos, imagens ou relíquias;

 - a Teocracia;

 - A abolição do Celibato dos padres.