Essenciais para responder ao ponto 4.2
O
impacto da Reforma Católica na sociedade portuguesa
• A
posição geográfica da Península Ibérica explica, a quase
ausência de movimentos religiosos reformistas protestantes
• Existia
uma grande comunidade judaica, bem enraizada na sociedade portuguesa.
• No
final do séc. XV, em Espanha, os Reis Católicos reativaram a
Inquisição como forma de limitar a poderosa comunidade judaica.
Estes foram perseguidos não só pelas suas diferenças religiosas,
mas principalmente por razões económicas.
• Os
judeus foram então expulsos ou forçados a converter-se ao
Cristianismo. Esta mesma medida faria parte do contrato de casamento
de D. Manuel com a filha dos reis católicos espanhóis.
Em
Portugal
• Após
a expulsão dos judeus de Espanha, muitos fixaram-se me Portugal,
sendo aceites por D. João II.
• Em
1496 D. Manuel I ordena a expulsão dos judeus que não se
convertessem à fé católica. Para impedir a perda financeira que
tal representaria, o rei ordena o batismo forçado dos judeus, que
passam a ser conhecidos pela designação de cristãos-novos.
• D.
João III promove o desenvolvimento e a circulação de ideias, com a
vinda de estrangeiros para o reino, a criação do Colégio das Artes
e a transferência da Universidade para Coimbra.
• Na
segunda fase do seu reinado, manifesta-se um encerramento à cultura
renascentista e ao humanismo cristão, considerado nefasto.
• A
Inquisição instala-se então em Portugal, por insistência do rei
junto do papado, e viria a completar as ações que se levaram a cabo
em nome da pureza da religião católica.
• Os
alvos preferenciais da Inquisição foram os judeus e os marranos, o
que provocou o enfraquecimento da Burguesia e a sua substituição no
comércio por nobres e cavaleiros-mercadores.
• A
presença da Inquisição em Portugal, embora solicitada desde cedo
pelos reis, era desnecessária, pois os protestantes eram quase
inexistentes e os judeus, ou já tinham sido expulsos ou tinham sido
forçados à conversão (os que escolheram a conversão forçada
passaram a ser designados por cristãos novos).
• Para
justificar a presença da Inquisição, iniciou-se uma grande
perseguição contra os cristãos-novos acusados de judaísmo. Outros
alvos foram os homens cultos, como Damião de Góis e todos os que
eram acusados de bruxaria.
• A
Inquisição tornou-se também um meio usado para a centralização
do poder régio, ao mesmo tempo que se exercia o controlo da ascensão
social.
• A
chegada da Companhia de Jesus em 1540 permitiu o processo de
missionação em terras portuguesas ultramarinas, bem como de domínio
das mais importantes estruturas educacionais portuguesas.
• Durante
todo o século XVI verificou-se um domínio completo do país pela
Inquisição e pela Companhia de Jesus.
• Foram
realizados milhares de autos-de-fé, cerimónia pública em que os
condenados pela Inquisição ouviam as acusações e as penas a que
seriam sujeitos.
•Esta
situação terminou, finalmente,com as medidas tomadas pelo Marquês
de Pombal.
• Em
Portugal, as severas medidas da Contra Reforma foram assim
responsáveis por um atraso cultural que se prolongou por muitas
décadas.
• A
censura às obras escritas intensificou-se sendo cada vez mais
frequentes e extensas listas de obras proibidas.
• A
presteza das autoridades portuguesas em cumprir as medidas
repressivas de Roma levaram ao exílio de inúmeros intelectuais
nacionais e grandes nomes do panorama económico, em especial judeus
que se refugiaram na Holanda, onde refizeram a sua vida e o seu
património.
• Deve-se
ainda aludir à arte, uma vez que o catolicismo da Contra Reforma se
serviu do esplendor da arte barroca para atrair os fiéis à “luz
da Verdade”, destacando-se em Portugal o Convento de Mafra e a
igreja de Santa Engrácia.