Cavaleiro medieval
2 - A Cultura Leiga e Profana nas Cortes Régias e Senhoriais
O clima de paz e prosperidade económica que impulsionou o renascimento das cidades reflectiu-se também no domínio cultural:
• Surge o gosto pela erudição;
• Ambiciona-se uma vida mais requintada
•A violência dos sentimentos dá lugar à delicadeza;
• O nobre passa a identificar-se com o cavaleiro ideal: capaz de defender a causa dos fracos e a justiça e de cortejar a sua dama segundo as regra do “amor perfeito”.
a) O ideal de cavalaria
O perfeito cavaleiro, para cumprir o ideal, devia ter as seguintes qualidades:
um bom nascimento (nobre)
a honra
a coragem
a lealdade
a virtude
a piedade
o ideal de cruzada .Os cavaleiros foram, nesta época, objecto de muitas narrativas romanceadas. As novelas arturianas foram as sagas cavaleirescas mais difundidas. A concretização dos ideais cavaleirescos fazia-se, em primeiro lugar, através de uma educação rigorosa. Esta educação completava-se em várias fases:
• Os primeiros anos de vida eram passados sob o cuidado da mãe. Depois, o rapaz era geralmente enviado para o paço de um senhor de maior estatuto, onde permanecia até à idade adulta.
• Aí, servia primeiro como pajem (cerca de 7 anos), onde se iniciava na equitação e no manejo de armas.
• Já adolescente e sabendo cavalgar, tornava-se escudeiro, e servia durante mais sete anos um cavaleiro, a quem tratava do cavalo e das armas e acompanhava nas suas expedições.
Durante este período, o jovem desenvolvia um treino intenso, praticando desportos violentos como a caça, que os obrigava a grandes cavalgadas pelos bosques, os torneios, que eram espécies de combates amigáveis no qual se defrontavam dois grupos de cavaleiros, e as justas. D. Duarte escreveu o
Livro da Ensinança da Arte de Bem Cavalgar em Toda a Sela, que foi considerado o primeiro tratado de equitação da Europa.
• Finalmente, depois de cerca de 14 anos de dura aprendizagem, o jovem escudeiro proferia os votos da cavalaria, votos sagrados de grande significado espiritual. Depois do ritual, era investido numa ordem da cavalaria e recebia as esporas e a espada de cavaleiro.
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