terça-feira, 16 de abril de 2013

2. Portugal do autoritarismo à democracia (6)




- A radicalização das oposições e o sobressalto político de 1958; a questão colonial - soluções preconizadas, luta armada, isolamento internacional.

 


Humberto Delgado em campanha eleitoral no Porto



 A radicalização das oposições e o sobressalto político de 1958



- A vitória na II Guerra Mundial das democracias aliadas à URSS mostrou a superioridade face aos regimes repressivos de direita

- Salazar toma algumas medidas:

· O governo resolve antecipar a revisão constitucional (círculos eleitorais distritais em vez do regime de listas nacionais únicas)

· Dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições antecipadas (1945), que Salazar anuncia “tão livres como na Livre Inglaterra

A OPOSIÇÃO AO REGIME

- 1945 Nasce o MUD – Movimento de Unidade Democrática, que congrega as forças até aí clandestinas da oposição

- Exigências feitas pelo MUD e  consideradas fundamentais para participar nas eleições:

  1. Adiamento das eleições por seis meses (para se instituírem os partidos políticos)
  2. Reformulação dos cadernos eleitorais (só abrangiam 15% da população)
  3. Liberdade de opinião, de reunião e de informação

A não satisfação de nenhuma destas exigências leva à desistência do MUD à boca das urnas, por considerar que o ato eleitoral seria uma farsa.

- Muitos aderentes do MUD foram interrogados, presos ou despedidos do seu trabalho (Salazar tinha obrigado o MUD a entregar as listas dos apoiantes deste movimento)

- O clima de Guerra Fria orientou as atenções das democracias ocidentais para a contenção do comunismo, objectivo que o Salazarismo servia em pleno

- Em 1949, Portugal torna-se membro fundador da NATO, o que significa a aceitação do regime por parte dos parceiros desta organização.

- Candidatura às eleições presidenciais de Norton de Matos em 1949 (1ª vez que um candidato da oposição concorria à Presidência da República) – desistência devido à severa repressão. Candidato do regime Óscar Carmona.


- 1958 – Candidatura de Humberto Delgado a novas eleições presidenciais desencadeou um autêntico terramoto político - 
sobressalto político -

O  “General Sem Medo” anuncia o seu propósito de não desistir das eleições e a sua intenção de demitir Salazar, caso viesse a ser eleito.

- A sua campanha foi um acontecimento impar no que respeita à mobilização popular.

- O governo acusou-o de provocar “agitação social, desordem e intranquilidade pública”.

- O resultado nas eleições deu a maioria ao outro candidato, Américo Tomás.

- Estava-se perante uma fraude eleitoral - Humberto Delgado tinha ganho a eleição.
 
- A credibilidade dos resultados e do próprio regime saíram abaladas.

- Salazar anulou o sistema de sufrágio direto, passando o Chefe de Estado a ser eleito por um colégio eleitoral restrito

1959-62 – Aumenta a oposição ao regime:

- Bispo do Porto escreve uma dura carta a Salazar em que denuncia as irregularidades da campanha e reivindica liberdades cívicas – exílio do bispo do Porto em Roma.

- A instabilidade crescia e a ditadura portuguesa mostrava o seu carácter repressivo.
 
- Má imagem projetada para o estrangeiro – exílio de Humberto Delgado no Brasil.

- Apresamento do navio português “Santa Maria” – reconhecido pelas potências estrangeiras como um ato de protesto político – operação Dulcineia. (Henrique Galvão).
 
- 1961 - Eclosão da Guerra Colonial agravou a oposição ao regime.


 
Oposição estudantil ao regime, Crise de 1969, Coimbra






















Comício da oposição "Nem fascismo nem colónias"











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