sexta-feira, 20 de maio de 2011

A reinvenção das formas artísticas


1- A imitação e superação dos modelos da antiguidade


Tal como nas letras e o pensamento renascentistas, também a arte do séc. XV e XVI foi marcada por uma nova estética e uma nova sensibilidade, que irradiaram da Itália. O regresso aos clássicos e o regresso à natureza inscreveram-se nos seus propósitos fundamentais.
2- Classicismo


O ressurgimento da Antiguidade clássica influenciou profundamente o mundo das formas. Os artistas do Renascimento, tal como os humanistas, manifestaram um tal repúdio pela estética medieval, particularmente pela gótica, que consideravam oposta à clássica. Só a arte dos antigos é que era harmoniosa, proporcionada e bela, pois baseava-se em leis e regras racionais.

Como manifestações de classicismo na arte do Renascimento, devemos referir:

• A recuperação dos elementos arquitectónicos greco-romanos, tal como a própria teoria clássica de ordem arquitectónica.

• Adopção de temáticas e figuras da mitologia e da história clássica

• O gosto pela representação do corpo humano com uma plenitude quase pagã. O nu ressurge glorificado, no Homem, a perfeição divina das suas formas.

• O sentido de harmonia, simetria e ordem que transparece das criações artísticas, verdadeiramente celebrador da excelência humana. Ao fazer do Homem uma medida na arte, o classicismo acabou por se tornar uma forma de humanismo artístico.
3- Naturalismo e capacidade técnica

Um vivo sentido de captação do real animou os artistas do Renascimento, que exprimiam um verdadeiro prazer nas representações do ser humano e nas reproduções da Natureza.

Foi o naturalismo na arte responsável pela descoberta de duas importantes e revolucionarias técnicas:
A perspectiva, conjunto de regras geométricas que permitem reproduzir, numa superfície plana, objectos e pessoas com aspecto tridimensional.

A pintura a óleo, favorece a visualização do detalhe e a obtenção de uma gama de cores rica em tonalidades.

A capacidade técnica dos artistas do renascimento que os levou a produzir uma obra original, superando os modelos da Antiguidade.

Conscientes do seu valor, da sua cultura e experiência e dos seus múltiplos talentos, os artistas não mais quiseram ser considerados apenas bons artífices de uma oficina de arte. Por isso, recusaram a integração nas corporações e, orgulhosamente, colocaram a sua assinatura nas obras de arte.

O artista do renascimento sentiu-se um criador.

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