sábado, 26 de março de 2011

5. Valores, Vivências e Quotidiano(3)




Amor cortês





















b)O amor cortês

O cavaleiro devia mostrar-se delicado e tímido em frente da sua amada. O código de cavalaria integra, também, um código de amor, um conjunto de regras que dizem quem e como se deve amar. O amor cortês é essencialmente espiritual. Para conquistar a sua amada, o cavaleiro nobre devia ser virtuoso, paciente, elegante no vestir, bem-humorado, respeitoso perante as mulheres, enquanto a dama, bela e pudica, deveria alimentar o seu amor com gestos comedidos. A poesia trovadoresca – tipo de poesia amorosa nascida no Sul de França – teve uma importância decisiva na propagação do ideal do amor cortês. Outros escritos, como é o caso do Romance da Rosa, uma alegoria ao amor, adquiriram também grande projecção. Em Portugal a poesia trovadoresca desenvolveu-se cedo, e tornou-se a primeira forma de literatura em língua portuguesa. O amor foi, pois, uma componente essencial da sociabilidade cortesã e da cultura erudita da Idade Média.

c) O culto da memória dos antepassados
As famílias nobres relembravam e evocavam mortos e antepassados das suas ascendências para trazer ao presente os feitos valorosos das suas linhagens. Como passá-lo de boca em boca e registá-los em túmulos não bastava para não se perderem as lembranças, os senhores fizeram escrever as suas memórias ancestrais. Nasceu, assim, uma literatura genealógica que se difundiu largamente entre a nobreza europeia dos séculos XIII e XIV. Em Portugal, este género literário foi muito cultivado, dando origem aos livros de linhagem ou nobiliários. A mais interessante das obras deste género é o 3º Livro das Linhagens, de D. Pedro. É uma mistura de lendas e narrativas fantásticas com personagens reais, fortemente impregnado do espírito da cavalaria.

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