O Modernismo Português
Caracteríticas gerais
- Abandono do saudosismo
rural substituído pelo cosmopolitismo boémio;
- desaparecimento do pormenor e a
simplificação da linha;
- esbatimento do volume;
- utilização de cores contrastantes.
No modernismo português distinguem-se dois modernismos:
- O primeiro modernismo (1911-1918)
Na pintura, o primeiro modernismo ficou
ligado a um conjunto de exposições (livres, independentes e humoristas)
realizadas com regularidade desde 1911, em Lisboa e no Porto.
Nelas encontramos
artistas como Manuel Bentes, Almada Negreiros, Cristiano Cruz, Stuart
Carvalhais.
Os desenhos apresentados, muitos deles
caricaturas, perseguiam objetivos de sátira política, social e até
anticlerical.
Entre os enquadramentos boémios e urbanos, avultavam as cenas elegantes
de café e as cenas populares com as suas figuras típicas.
Utilizavam-se
cores claras e contrastantes.
Este primeiro modernismo sofreu um impulso
notável com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, principalmente quando
voltaram de Paris, Amadeo Souza-Cardoso, Guilherme Santa-Rita, Eduardo Viana,
José Pacheco, considerados o melhor núcleo de pintores portugueses assim como o
casal Robert e Sonia Delaunay, destacadas personalidades do meio artístico
parisiense que veio para Portugal onde passou algum tempo.
Com o regresso destes artistas a Portugal
formaram-se dois pólos de inovação artística e cultural.
- Em Lisboa, o grupo liderado por Almada Negreiros e
Santa-Rita, que se juntaram a Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, tendo surgido
a revista Orpheu. Os dois números
publicados que revelavam a faceta mais inovadora, polémica e emblemática do
futurismo, “fez o encontro das letras com a pintura”.
Deixaram o país
escandalizado com o repúdio ao homem contemplativo e a exaltação do homem de ação,
denunciado o saudosismo dos Portugueses e incitando ao orgulho, ação,
aventura e glória.
Almada Negreiros, 1917 |
Painel Alfaiataria Cunha, Almada Negreiros |
Santa Rita Pintor |
Cabeça, Santa Rita, 1910 |
Fernando Pessoa, Almada Negreiros |
Mário de Sá Carneiro |
Revista Orpheu |
- No norte o grupo de inovação artística e
cultural desenvolveu-se, em torno do casal Delaunay, Eduardo Viana e Amadeo de
Souza-Cardoso.
Amadeo de Souza-Cardoso, influenciado pelo
futurismo realizou duas exposições individuais, não tendo o apoio da crítica
nem do público.
Saiu
também o número único da revista Portugal
Futurista, que foi apreendido polícia.
O regime republicano atacado
nos gostos e opções culturais não se desviava dos cânones académicos.
Amadeo, Galgos |
Eduardo Viana, Abóboras |
Robert Delaunay |
Revista Portugal Futurista |
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