domingo, 4 de novembro de 2012

1.5. Portugal no primeiro pós-guerra

- Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas.




O  Modernismo Português

  
 Caracteríticas gerais
- Abandono do saudosismo rural  substituído pelo cosmopolitismo boémio;
-  desaparecimento do pormenor e a simplificação da linha;
- esbatimento do volume;
- utilização de cores contrastantes.
 
No modernismo português distinguem-se dois modernismos:

  •    O primeiro modernismo (1911-1918)
Na pintura, o primeiro modernismo ficou ligado a um conjunto de exposições (livres, independentes e humoristas) realizadas com regularidade desde 1911, em Lisboa e no Porto. 

Nelas encontramos artistas como Manuel Bentes, Almada Negreiros, Cristiano Cruz, Stuart Carvalhais. 

Os desenhos apresentados, muitos deles caricaturas, perseguiam objetivos de sátira política, social e até anticlerical

Entre os enquadramentos boémios e urbanos,  avultavam as cenas elegantes de café as cenas populares com as suas figuras típicas. 

Utilizavam-se cores claras e contrastantes. 

Este primeiro modernismo sofreu um impulso notável com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, principalmente quando voltaram de Paris, Amadeo Souza-Cardoso, Guilherme Santa-Rita, Eduardo Viana, José Pacheco, considerados o melhor núcleo de pintores portugueses assim como o casal Robert e Sonia Delaunay, destacadas personalidades do meio artístico parisiense que veio para Portugal onde passou algum tempo.

 Com o regresso destes artistas a Portugal formaram-se dois pólos de inovação artística e cultural.

- Em Lisboa, o grupo liderado por Almada Negreiros e Santa-Rita, que se juntaram a Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, tendo surgido  a revista Orpheu. Os dois números publicados que revelavam a faceta mais inovadora, polémica e emblemática do futurismo, “fez o encontro das letras com a pintura”. 

Deixaram o país escandalizado com o repúdio ao homem contemplativo e a exaltação do homem de ação, denunciado o saudosismo dos Portugueses e incitando ao orgulho, ação, aventura e glória. 
Almada Negreiros, 1917
Painel Alfaiataria Cunha, Almada Negreiros

Santa Rita Pintor

Cabeça, Santa Rita, 1910


Fernando Pessoa, Almada Negreiros








 
Mário de Sá Carneiro


















Revista Orpheu


- No norte o grupo de inovação artística e cultural desenvolveu-se, em torno do casal Delaunay, Eduardo Viana e Amadeo de Souza-Cardoso.

Amadeo de Souza-Cardoso, influenciado pelo futurismo realizou duas exposições individuais, não tendo o apoio da crítica nem do público.

 Saiu também o número único da revista Portugal Futurista, que foi apreendido polícia. 

O regime republicano atacado nos gostos e opções culturais não se desviava dos cânones académicos.

Amadeo, Galgos
Eduardo Viana, Abóboras





Robert Delaunay
Revista Portugal Futurista


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