quarta-feira, 7 de novembro de 2012

2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30

SÍNTESE GRANDE DEPRESSÃO ANOS 30  
2.1. A grande depressão e o seu impacto social



Após o período de prosperidade transitória dos anos 20, que ficou conhecido como a “era da prosperidade”, marcado por um grande otimismo (“os loucos anos 20”), surgiu uma terrível crise económica no ano 1929 que, tendo origem nos EUA, veio abalar todo o sistema capitalista. 

À exceção da Rússia, onde não vigorava o capitalismo, todos os países acabaram por sofrer os efeitos da “Grande Depressão”. Os seus efeitos sentiram-se durante mais de uma década, chegando até às vésperas da 2ª Guerra Mundial e tiveram consequências nas democracias europeias.

Como surgiu esta crise?


Em 1928, os norte-americanos acreditavam que o seu país atravessava uma fase de prosperidade infindável.

No entanto, essa prosperidade era aparente.

A extração do carvão, construção ferroviária, os têxteis tradicionais e os estaleiros navais que ainda não tinham recuperado da crise 1920-21.

A intensiva mecanização provocou desemprego,  a agricultura  tinha produções excedentárias que levaram à baixa dos preços e à queda de lucros. ( A Europa havia recuperado dos efeitos da 1ª guerra e já não importava tantos produtos alimentares ou industriais).

Facilidade de crédito, por parte dos bancos que, mantinham o poder de compra americano artificialmente. Grande parte dos automóveis, eletrodomésticos e imóveis eram pagos em prestações com base no crédito. O cidadão americano estava endividado.

Os bancos concediam empréstimos para a aquisição a crédito  de  ações que os americanos detinham nas empresas. 

A crença na prosperidade económica, a ambição da riqueza fácil e de promoção levaram muitos americanos a jogar  na bolsa, onde a especulação aumentava.
Estavam criadas todas as condições para que uma crise ocorresse. Uma crise especial - crise de superprodução ( havia produtos em abundância) mas de sub-consumo .

A 24 de outubro de 1929  – Quinta-Feira Negra – as ações na bolsa foram postas à venda a preços baixíssimos, mas que não encontraram comprador.

Crash de Wall Street


Crash na imprensa




 Consequências:
  1.   Ruína dos bancos - tinham emprestado dinheiro para a aquisição das ações que deixaram de ter valor -  os bancos deixaram de ser  reembolsados. Entre 1929 e 1933, fecharam mais de 10 mil bancos,  a economia paralisou, uma vez que os bancos não forneciam o crédito necessário às indústrias.
  2.  As empresas faliram   aumentando assim o desemprego para 12 milhões de pessoas em 1932.  (Sub-consumo)
  3. A produção industrial diminuiu (os stocks não eram vendidos) e os preços baixaram  
  4. A superprodução levou à redução da produção e à deflação, caracterizada por uma baixa dos preços dos produtos industriais e agrícolas. 
  5. No campo, os excedentes agrícolas também se acumularam, sem encontrarem compradores e os agricultores vão à ruína. Muitos destroem os  produtos em excesso para evitar a descida dos preços. 
  6. As famílias mergulham na ruína e outras percorrem o país, em busca de trabalho mas sem sucesso. A crise atingia todo o país.   
  7. Os salários desceram e o desemprego continua a aumentar  (sub-consumo)
  8. Cada vez mais pessoas  recorrem à sopa dos pobres 
  9. Aumentaram os bairros de lata, a delinquência e a corrupção desenvolve-se o  “gangsterismo” 

Fila de desempregados, EUA

Sopa dos pobres, EUA
Agricultores reduzidos à pobreza, EUA

Desalojados, EUA
Taxa de desemprego, EUA 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário